O documentário “Queda Livre – O Caso Boeing” (assistam!) é uma análise contundente das falhas corporativas que culminaram na queda de dois aviões 737 MAX, resultando na morte de 346 pessoas.
O filme destaca uma série de lições valiosas em termos de governança corporativa, mostrando como a busca desenfreada por lucro e a falta de uma liderança ética e transparente podem ter consequências devastadoras.
A Boeing, sob nova gestão após a fusão com a McDonnell Douglas, adotou um estilo de liderança focado quase exclusivamente nos interesses dos acionistas. Essa mudança de paradigma trouxe uma série de problemas, começando pela comunicação truncada entre a administração e as bases operacionais.
As decisões eram tomadas sem o devido envolvimento dos engenheiros e especialistas técnicos, o que resultou em falhas críticas no design do sistema MCAS (Maneuvering Characteristics Augmentation System), um dispositivo crucial que os pilotos não foram adequadamente treinados para operar.
A falta de transparência da empresa em relação à necessidade de treinamento adicional para os pilotos também foi um grave erro, motivado pelo medo de perder competitividade frente à Airbus.
Além disso, a liderança da Boeing falhou em reconhecer a importância de outros stakeholders além dos acionistas. A negligência em relação à segurança dos passageiros e a confiança pública no produto foram sacrificadas em nome da rapidez no lançamento do 737 MAX e na maximização dos lucros.
Essa abordagem míope ignorou princípios fundamentais de governança corporativa, como a responsabilidade para com os clientes, a sociedade e o próprio futuro sustentável da empresa.
Para evitar que erros como os da Boeing se repitam, é essencial que a governança corporativa de uma empresa seja construída sobre pilares sólidos, que incluam transparência, responsabilidade e um foco equilibrado em todos os stakeholders. As lições aprendidas com o caso Boeing destacam a necessidade de:
O caso Boeing é um lembrete doloroso das consequências que podem advir da negligência na governança corporativa. Para garantir que a história não se repita, as empresas devem adotar uma abordagem holística e ética, comprometendo-se com práticas que não apenas protejam, mas promovam o bem-estar de todos os seus stakeholders.