Em um mundo empresarial que enfatiza cada vez mais a ética e a responsabilidade social, o papel do conselheiro transcende a mera observância de diretrizes regulatórias, abraçando a necessidade de alinhar profundamente valores pessoais com a prática profissional. Este alinhamento não só fomenta uma carreira mais autêntica e satisfatória, mas também orienta decisões estratégicas e éticas que têm impacto duradouro tanto nas organizações quanto na sociedade. Valores como integridade, transparência, sustentabilidade, foco nos stakeholders e pró-atividade são cruciais neste contexto, influenciando significativamente o desempenho e a direção de um conselho.
Integridade: O Fundamento da Confiança
A integridade, frequentemente considerada a espinha dorsal de qualquer carreira bem sucedida, no papel de Conselheiro exige uma aderência inabalável a princípios éticos e morais. Um exemplo claro de sua aplicação ocorre quando conselheiros enfrentam dilemas éticos, como a descoberta de práticas de negócios questionáveis dentro da organização. Aqui, a integridade motiva o conselheiro a agir de acordo com seus princípios, optando por divulgar as informações apropriadas aos órgãos competentes, mesmo quando tal decisão pode ser desfavorável a curto prazo para a organização ou para si próprio.
Transparência: Promovendo a Abertura e Honestidade
A transparência é vital para estabelecer e manter a confiança entre todos os stakeholders. Na prática, isso significa comunicar aberta e honestamente as decisões do conselho, as bases para essas decisões e quaisquer potenciais conflitos de interesse. Por exemplo, ao lidar com investimentos ou alocações de recursos, conselheiros que priorizam a transparência garantem que todas as partes interessadas tenham acesso a informações completas e precisas, permitindo uma tomada de decisão mais informada e justa.
Sustentabilidade: Olhando para o Futuro
A sustentabilidade reflete o compromisso de um conselheiro com a preservação de recursos ambientais, econômicos e sociais para gerações futuras. Isso se traduz em práticas como a promoção de estratégias de negócios que minimizem o impacto ambiental ou o incentivo ao desenvolvimento de produtos sustentáveis. Por exemplo, um conselheiro que valoriza a sustentabilidade pode liderar a iniciativa de integrar considerações de sustentabilidade nas análises de risco e oportunidade da empresa, garantindo que as decisões de longo prazo beneficiem não apenas a empresa, mas também o meio ambiente e a comunidade.
Foco nos Stakeholders: Equilibrando Interesses Diversos
O foco nos stakeholders envolve reconhecer e equilibrar os interesses de todos os envolvidos na atividade da empresa, desde funcionários e clientes até a comunidade e o ambiente. Conselheiros com uma forte orientação para os stakeholders frequentemente advogam por políticas que promovam o bem-estar dos empregados, a satisfação do cliente e o engajamento comunitário. Por exemplo, eles podem recomendar a implementação de programas de responsabilidade social corporativa que beneficiem tanto a empresa quanto a comunidade local.
Pró-atividade: Antecipando o Futuro
A proatividade é fundamental para a identificação e aproveitamento de oportunidades, bem como para a mitigação de riscos. Conselheiros proativos não apenas reagem às mudanças no ambiente de negócios, mas também antecipam tendências e preparam a organização para enfrentar desafios futuros. Essa abordagem estratégica, sustentada por valores pessoais de diligência e inovação, contribui para a criação de uma cultura organizacional ágil e resiliente.
O alinhamento entre valores pessoais e profissionais não apenas enriquece a carreira de um conselheiro, mas também fortalece sua capacidade de influenciar positivamente a organização e a sociedade. Ao viver de acordo com seus valores, o conselheiro não só atua com maior autenticidade e satisfação, mas também promove um modelo de liderança que inspira outros a seguir um caminho semelhante.
Alfredo Bottone é Matemático, Advogado, Professor em MBA de Governança Corporativa e do Curso de Formação de Conselheiros Consultivos, Consultor de RH Estratégico, Ética Empresarial, Relações Trabalhistas e em Desenvolvimento de Lideranças e de Profissionais de RH. É Ph.D., Philosophy in Business Administration (USA). É autor de livros, entre eles “Insights de um RH Estratégico” e “Os desafios legais e de gestão do teletrabalho, home office e regime híbrido”, além de vários artigos. É membro da Board Academy no Brasil e associado do SHRM (Society for Human Resources Management) nos Estados Unidos.