Você já se perguntou se as empresas têm dados dos motivos das demissões que ocorrem? Será que a maior parte é por motivo técnico ou por questão comportamental?

Neste artigo falaremos sobre os critérios de demissão e como demitir de forma mais humanizada. Siga a leitura e saiba mais!

Quais os critérios para demitir um empregado?

Para falarmos de demissões mais humanizadas, começamos com alguns questionamentos:

• Em toda demissão por motivo técnico, a culpa é de fato sempre do empregado? 
• Ele foi treinado adequadamente para exercer suas funções, ou simplesmente ficou dependente de algum empregado com mais tempo de empresa para aprender sem qualquer plano de treinamento?
• Quando queremos reduzir o quadro de pessoal, temos claro os critérios para fazê-lo?
• Já demitimos alguém por “ouvir falar” que ele esteve envolvido numa fraude ocorrida na empresa e o fizemos sem mesmo apurar os fatos?

Se as respostas forem imprecisas e incertas, as demissões não têm critério definido. Portanto, não são feitas com o senso de justiça. Existem muitas outras indagações que poderiam ser feitas dentro desse contexto. Estas acima são algumas que devem estar internalizadas em quem efetuar uma demissão.

Após definido que algum colaborador será demitido, como é feita essa demissão?

Primeiramente, o empregado é um ser humano e tem emoções. É preciso ter muito bom senso em um momento como esse. 

A honestidade deve ser um dos pilares para que a demissão seja feita com respeito. Mesmo que o desligamento seja por justa causa, deve haver clareza do motivo, mas não é preciso agredir o profissional, despejando a ira contra o mesmo.

A empresa tem o poder de comando, mas não pode haver abuso, pois isso pode transformar-se em humilhação, um dos elementos do “dano moral”. Isso sujeitaria a empresa a, judicialmente, ser compelida a pagar uma indenização por esse motivo.

Mas, afinal, como humanizar uma demissão?

Uma demissão não é fácil e sem um trato humano pode ter sérias consequências na vida do demitido, até mesmo na vida pessoal, na saúde física e mental. 

Atualmente existem empresas no mercado que auxiliam o empregado a formatar o currículo e o apoiam na busca de uma nova colocação. Os custos são negociáveis e o custo/benefício alto.

Além disso, a empresa precisa de resultado. Por isso, é comum que em épocas de crise não consiga evitar demissões em massa. 

Nesses casos, é necessário ter um profissional da área de humanas para coordenar o processo, ter critérios claros e objetivos dos desligamentos, procurar dar algum benefício suplementar, tal como extensão da assistência médica por alguns meses.

Se for o caso, também é possível conceder cesta básica por um determinado número de meses. Ainda, é possível deixar a porta aberta para em caso de retomada do emprego, a empresa poderá recontratar parte desses colaboradores.

5 dicas de como demitir de forma humanizada

1. Não delegar que o RH faça uma demissão sumariamente: o gestor do empregado deve ser o líder do processo e o RH o apoio em tudo o que for necessário.
2. O demitido precisa se sentir tratado com respeito e solidariedade: o próprio gestor direto pode se colocar à disposição para ajudá-lo.
3. Na demissão sem justa causa não pode haver o elemento surpresa: Dispensar alguém, de surpresa, em uma sexta-feira, afeta o empregado e cria um clima desnecessário entre colaborador e empresa. 
4. Não conceda férias ao empregado e o demita no seu retorno: essa atitude confere consequências financeiras e psicológicas. Se fosse demitido antes, não teria o dissabor com igual dimensão e teria as férias indenizadas como um suporte para uma transição na carreira.
5. Elaborar, previamente, programas de orientação financeira para desligamentos por motivos de redução de quadro por inovações tecnológicas ou por problemas financeiros da empresa: por exemplo, aplicação dos valores recebidos no desligamento, abertura de pequenos negócios, apoio psicológico para reduzir o impacto da demissão na vida do empregado.

É necessário conscientizar as empresas que a demissão é um ato muito sensível e que humanizar o processo de desligamento do empregado traz benefícios ao desligado, a quem fica, ao ambiente organizacional e à imagem da empresa tanto interna quanto externa.