Economia Circular: Estratégia de Futuro para Empresas - Alfredo Bottone

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Economia Circular: Estratégia de Futuro para Empresas

Economia Circular

Economia Circular

Em um mundo que já não tolera desperdícios, a economia circular emerge como um modelo estratégico que rompe com a lógica linear do “extrair, produzir, descartar”. Em seu lugar, propõe um ciclo virtuoso onde materiais, produtos e recursos circulam continuamente por meio de reaproveitamento, reciclagem, reforma, compartilhamento e inovação.

Mais do que uma tendência, trata-se de uma mudança de mentalidade. Produtos são desenhados para durar, serem desmontados e reaproveitados. Cadeias produtivas adotam logística reversa, transformando resíduos em insumos. Empresas criam parcerias para desenvolver soluções sustentáveis e novas linhas de negócio baseadas em aluguel, manutenção e compartilhamento. No Brasil, já vemos exemplos como:

  • Remanufatura de eletrônicos com garantia estendida.
  • Redesign de embalagens para facilitar a reciclagem ou devolução.
  • Uso de materiais reciclados na construção civil e na moda.
  • Plataformas de aluguel de ferramentas, roupas e equipamentos.

Por que aplicar?

A economia circular reduz custos operacionais ao valorizar recursos, amplia oportunidades de inovação e prepara as empresas para legislações ambientais cada vez mais exigentes. Além disso, responde à demanda crescente de consumidores conscientes, fortalece a imagem institucional e alinha a empresa às práticas ESG.

Para empresas brasileiras, os benefícios são tangíveis:

  • Menor dependência de matérias-primas importadas.
  • Redução de passivos ambientais e riscos regulatórios.
  • Geração de valor com resíduos antes considerados perdas.
  • Maior resiliência frente a crises econômicas e escassez de recursos.

E o RH, onde entra?

Integrar a economia circular ao RH é essencial. O capital humano é o motor da transformação. Algumas ações práticas incluem:

  • Capacitação em design circular, logística reversa e gestão de resíduos.
  • Incentivo à cultura de reutilização e inovação colaborativa.
  • Criação de indicadores de circularidade nos planos de desenvolvimento.
  • Reconhecimento de equipes que propõem soluções sustentáveis.

Como medir o progresso?

Indicadores de circularidade ajudam a transformar intenção em ação. Eis alguns exemplos:

Indicador

O que mede

  • % de materiais reciclados
  • Fração dos insumos reaproveitados no ciclo produtivo
  • Taxa de remanufatura
  • Número de produtos reparados ou reutilizados
  • Redução de resíduos
  • Volume desviado de aterros e reintegrado à operação
  • Eficiência hídrica
  • Água reciclada ou reutilizada nos processos
  • Uso de energia renovável
  • Proporção de energia limpa no consumo total
  • Índice de circularidade global
  • Média ponderada entre entradas e saídas circulares
  • Receita circular
  • Valor gerado por atividades circulares em relação à receita total
  • Parcerias circulares
  • Número de colaborações voltadas à circularidade

Esses KPIs podem ser integrados aos relatórios ESG e adaptados à materialidade de cada negócio. Ferramentas como Power BI, Tableau ou plataformas específicas de sustentabilidade ajudam a monitorar e comunicar resultados com clareza visual.

Circularidade não é apenas técnica. É visão.

Adotar a economia circular é alinhar crescimento econômico, responsabilidade ambiental e geração de valor social. É preparar a empresa para um futuro que já começou—onde o sucesso se mede não apenas pelo que se produz, mas pelo que se preserva.