Há um ditado popular que diz: “As pessoas não deixam empresas, deixam chefes.” Essa frase nunca fez tanto sentido quanto agora, enquanto eu observo a sala de reunião vazia, antes cheia de rostos ansiosos e motivados. Leia o artigo e entenda o que pode estar por trás dessa frase!
Nos últimos meses, a rotatividade de funcionários se tornou o maior problema da nossa empresa, e a causa não é nenhum segredo guardado a sete chaves: é o chefe.
Seu nome é Roberto, mas poderia ser qualquer outro. A verdade é que Roberto não nasceu para a liderança. Ele é o tipo de chefe que acredita que gritos e ameaças são sinônimos de autoridade e que a supervisão excessiva é uma prova de competência. Infelizmente, ele nunca aprendeu a arte de liderar, de inspirar, de entender que ser chefe vai muito além de controlar.
A princípio, Roberto parecia ser um gestor eficiente. Sempre entregava resultados, cumpria prazos e batia metas. Mas o custo desses feitos se refletia nos olhos cansados e nos sorrisos forçados dos funcionários.
Eles eram forçados a trabalhar sob uma constante nuvem de tensão, sem espaço para a criatividade ou inovação. O medo de errar era constante, e o ambiente, que deveria ser colaborativo, tornava-se um campo minado de insegurança.
Maria, uma das melhores designers da equipe, foi uma das primeiras a pedir demissão. Ela era apaixonada pelo que fazia, dedicava-se de corpo e alma aos projetos. Mas, após meses de microgestão e desrespeito por parte de Roberto, decidiu que sua saúde mental valia mais que qualquer salário.
“Eu amo a empresa, adoro os colegas, mas não posso mais trabalhar assim”, disse ela no dia em que anunciou sua saída. Pedro, o analista de sistemas, seguiu o mesmo caminho. Brilhante e inovador, Pedro tinha ideias que poderiam revolucionar nossos processos internos.
No entanto, todas as suas sugestões eram constantemente ignoradas ou ridicularizadas por Roberto, que via qualquer proposta diferente como uma ameaça à sua autoridade. Pedro encontrou outra empresa que valorizava sua criatividade e, em pouco tempo, tornou-se um dos líderes de lá.
E assim, um a um, talentos foram deixando a empresa, não porque a organização fosse ruim, mas porque não conseguiam mais suportar a gestão tóxica de Roberto. A diretoria, cega pelos números que ele apresentava, demorou a perceber o verdadeiro impacto de suas ações.
Foi só quando os resultados começaram a cair que entenderam que o problema estava dentro, e não fora. A falta de preparo de Roberto para lidar com pessoas foi a verdadeira causa da debandada. A gestão de pessoas é uma arte delicada, que exige empatia, paciência e a capacidade de reconhecer e valorizar o potencial de cada um. Infelizmente, essas qualidades nunca fizeram parte do repertório de Roberto.
Agora, com a sala de reunião vazia e a equipe desmotivada, a empresa finalmente tomou a decisão de reavaliar seus critérios de liderança. Roberto foi substituído por um gestor com perfil adequado para gerenciar pessoas, mesmo que com diferentes características, alguém que entende que liderar é, acima de tudo, servir.
Enquanto isso, os ex-funcionários encontraram novos caminhos, onde são respeitados e valorizados. E a empresa, pouco a pouco, tenta reconquistar o que perdeu, aprendendo a dura lição de que chefes despreparados podem custar muito mais do que se imagina.