Em muitas empresas, o silêncio daqueles que estão na linha de produção se torna ensurdecedor. Apesar de serem os motores da organização, esses trabalhadores muitas vezes não são incentivados a se expressar, dar feedbacks ou propor inovações.
A falta de uma comunicação transversal eficaz priva a empresa de valiosas sugestões de melhoria, retarda a inovação e perpetua processos ineficientes.
Uma das consequências mais graves dessa falta de interação é a perda de talentos. Muitos bons profissionais, ao se sentirem desvalorizados ou ignorados, silenciosamente acabam deixando a empresa de forma inesperada.
Quando essa saída é percebida, muitas vezes já é tarde demais para reverter a situação. O impacto de perder um grande colaborador vai além da simples reposição; significa a perda de experiência, conhecimento e, muitas vezes, de iniciativas que poderiam ter levado a empresa a patamares mais altos.
Além disso, a ausência de um ambiente de diálogo cria uma desconexão entre o chão de fábrica e a liderança, o que pode comprometer a execução das estratégias organizacionais.
Quando a comunicação flui de maneira aberta e colaborativa, as decisões se tornam mais acertadas, as equipes mais engajadas e o sentimento de pertencimento aumenta. Ouvir quem está no centro da produção é não apenas um sinal de respeito, mas uma alavanca para o crescimento sustentável da empresa.
Alfredo Bottone é Matemático, Advogado, Professor em MBA de Governança Corporativa e do Curso de Formação de Conselheiros Consultivos, Consultor de RH Estratégico, Ética Empresarial, Relações Trabalhistas e em Desenvolvimento de Lideranças e de Profissionais de RH. É Ph.D., Philosophy in Business Administration (USA). É autor de livros, entre eles “Insights de um RH Estratégico” e “Os desafios legais e de gestão do teletrabalho, home office e regime híbrido”, além de vários artigos. É membro da Board Academy no Brasil e associado do SHRM (Society for Human Resources Management) nos Estados Unidos.