Todo profissional que está à procura de novas oportunidades no mercado de trabalho ou quer melhorar o ambiente da sua própria empresa precisa saber o que são competências socioemocionais.
Esse tipo de habilidade se tornou um diferencial para empreendimentos dos mais diversos segmentos, que já não procuram pessoas apenas pelos conhecimentos técnicos, mas que também saibam atuar em um ambiente profissional.
Para entender melhor o que são competências socioemocionais e como é possível desenvolvê-las, continue a leitura!
As competências socioemocionais são a união de fatores distintos: o emocional e o social.
Enquanto o primeiro está atrelado àquilo que sentimos e a maneira como reagimos a acontecimentos no dia a dia, o segundo diz respeito às relações que estabelecemos e a forma como interagimos com outras pessoas.
Assim, essas competências estão relacionadas aos comportamentos que uma pessoa apresenta frente ao mundo que vive e a postura que adota em relação às suas atividades diárias.
No ambiente profissional, são importantes porque representam um elemento que vai além do conhecimento técnico de uma área, demonstrando como será a atuação (comportamento) de uma pessoa ao se deparar com desafios e situações de tensão no dia a dia de trabalho.
Exemplo da sua importância nesse contexto é a crescente tendência de que empresas proporcionem o treinamento de soft skills aos seus funcionários, dando ênfase aos elementos social e emocional na atuação dos colaboradores.
Para compreender melhor o que são competências socioemocionais, é importante conhecer suas categorias e conferir alguns exemplos.
Embora sejam muitas, elas podem ser classificadas em cinco grupos principais:
Essa classificação comporta diversas competências, que podem ser desenvolvidas desde a infância até o fim da vida, sendo importante investir em seu aprendizado ao entrar ou se recolocar no mercado de trabalho.
Alguns exemplos são: criatividade, colaboração, atenção, comunicação, liderança, ética e coragem.
Todos esses elementos proporcionam uma atuação mais consistente por parte de um profissional, pois permitem que seu conhecimento e preparo para exercer as atividades da área sejam aplicados com mais eficácia no dia a dia de trabalho.
Embora seja importante saber o que são competências socioemocionais, é ainda mais importante desenvolvê-las no âmbito profissional, de modo a usufruir seus benefícios.
No contexto de uma empresa, por exemplo, é essencial que a gestão disponibilize treinamentos para a equipe, incentivando que os colaboradores se dediquem ao aprendizado dessas habilidades.
Para o próprio gestor, desenvolver essas competências é necessário para garantir uma boa condução do empreendimento e para que seja possível repassar a relevância desses elementos ao restante da organização.
Outra maneira de promover o desenvolvimento das competências socioemocionais em um empreendimento é a otimização da comunicação entre seus membros, através de avaliações de desempenho, fornecimento de feedbacks e reuniões para o alinhamento da equipe.
Através de uma comunicação mais transparente e efetiva, é possível trazer mais cooperação, criatividade, ética e produtividade para o dia a dia de trabalho.
Uma publicação da Harvard Business Review, de 2013, mostra as consequências da ausência dessas competências no ambiente de trabalho.
Diz trecho desse artigo:
“Os custos da incivilidade
Muitos gerentes diriam que a incivilidade é errada, mas nem todos reconhecem que ela tem custos tangíveis. Os alvos da incivilidade geralmente punem seus ofensores e a organização, embora a maioria esconda ou enterre seus sentimentos e não necessariamente pense em suas ações como vingança. Por meio de uma pesquisa com 800 gerentes e funcionários em 17 setores, aprendemos exatamente como as reações das pessoas se desenrolam. Entre os trabalhadores que foram alvo de incivilidade:
Experimentos e outros relatórios oferecem insights adicionais sobre os efeitos da incivilidade. Aqui estão alguns exemplos do que pode acontecer.
A criatividade sofre.
Em um experimento que conduzimos com Amir Erez, professor de administração da Universidade da Flórida, os participantes que foram tratados com grosseria por outros sujeitos foram 30% menos criativos do que os outros participantes do estudo. Eles produziram 25% menos ideias, e as que tiveram foram menos originais. Por exemplo, quando perguntados sobre o que fazer com um tijolo, os participantes que foram maltratados propuseram atividades lógicas, mas não particularmente imaginativas, como “construir uma casa”, “construir um muro” e “construir uma escola”. Vimos mais faíscas de participantes que foram tratados civilmente; suas sugestões incluíam “vender o tijolo no eBay”, “usá-lo como um poste para um jogo de futebol de rua”, “pendure-o na parede de um museu e chame-o de arte abstrata” e “decore-o como um animal de estimação e dê a um criança de presente”.
O desempenho e o espírito de equipe se deterioram
Os resultados da pesquisa e as entrevistas indicam que simplesmente testemunhar a incivilidade tem consequências negativas. Em um experimento que conduzimos, pessoas que observaram mau comportamento tiveram um desempenho 20% pior em quebra-cabeças de palavras do que outras pessoas. Também descobrimos que testemunhas de incivilidade eram menos propensas do que outras a ajudar, mesmo quando a pessoa que eles ajudariam não tinha nenhuma conexão aparente com a pessoa incivil: apenas 25% dos indivíduos que testemunharam incivilidade se ofereceram para ajudar, enquanto 51% daqueles que não testemunharam o fizeram.
As pessoas são menos propensas a comprar de uma empresa com um funcionário que consideram rude, mesmo que a grosseria não seja direcionada a elas.
Os clientes se afastam.
A grosseria pública entre os funcionários é comum, de acordo com nossa pesquisa com 244 consumidores. Sejam garçons repreendendo outros garçons ou balconistas criticando colegas, o comportamento desrespeitoso deixa as pessoas desconfortáveis, e elas saem rapidamente sem fazer uma compra.
Estudamos esse fenômeno com as professoras de marketing da USC Debbie MacInnis e Valerie Folkes. Em um experimento, metade dos participantes testemunhou um suposto representante do banco repreendendo publicamente outro por apresentar incorretamente as informações do cartão de crédito. Apenas 20% dos que viram o encontro disseram que usariam os serviços do banco no futuro, em comparação com 80% dos que não viram. E quase dois terços dos que viram a troca disseram que se sentiriam ansiosos ao lidar com qualquer funcionário do banco.
Além disso, quando testamos vários cenários, descobrimos que não importava se o funcionário alvo era incompetente, se a repreensão havia sido feita a portas fechadas (mas ouvida) ou se o funcionário havia feito algo questionável ou ilegal, como como estacionar em local para deficientes. Independentemente das circunstâncias, as pessoas não gostam de ver os outros maltratados.
Gerenciar incidentes é caro.
Profissionais de RH dizem que apenas um incidente pode consumir semanas de atenção e esforço. De acordo com um estudo realizado pela Accountemps e publicado na Fortune, gerentes e executivos de empresas da Fortune 1.000 gastam 13% de seu tempo de trabalho – o equivalente a sete semanas por ano – consertando relacionamentos com funcionários e lidando com as consequências da incivilidade. E os custos aumentam, é claro, quando consultores ou advogados precisam ser trazidos para ajudar a resolver uma situação.”
Agora que você já sabe o que são competências socioemocionais, acesse nosso blog e confira outros artigos relacionados.
Alfredo Bottone é Advogado, Professor em MBA de Governança Corporativa, Consultor de RH Estratégico, Ph.D., Philosophy in Business Administration (USA). É autor do livro “Insights de um RH Estratégico”, “Os desafios legais e de gestão do teletrabalho, home office e regime híbrido”, além de e-books e artigos na área trabalhista, gestão de pessoas e governança corporativa.