Em meio às dificuldades do mercado de trabalho, o grumpy staying é um movimento que vem ganhando força entre os colaboradores de muitas empresas.
O descontentamento com o emprego não é algo novo entre a população. O estudo State of the Global Workplace, de 2023, mostra que seis em cada dez funcionários aderiram ao quiet quitting, por exemplo.
Agora, um novo fenômeno surge entre as equipes de diversas empresas, oferecendo novos desafios ao setor de RH e às lideranças dessas organizações.
Para entender melhor o que é o grumpy staying, porque ele é tão preocupante e como lidar com essa situação, continue a leitura!
O crescente descontentamento das pessoas em relação aos seus empregos vem dando sinais. O quiet quitting, ou “desistência silenciosa”, foi uma das manifestações desse fenômeno, que não para de crescer.
Agora, o desafio do momento é o grumpy staying, que pode ser traduzido por expressões como “ficando (na empresa), mas mal-humorado”.
Ou seja, o fenômeno consiste nos casos em que um colaborador não está contente com a posição que ocupa, mas também não pode deixar o emprego.
Assim, as pessoas acabam ficando no local onde atuam, mas começam a dar sinais de que estão descontentes, fazendo reclamações constantes sobre o que lhes desagrada nesse quadro.
O grumpy staying começou a surgir com mais destaque nos Estados Unidos, mas não é difícil encontrar casos como esse em empresas brasileiras.
As reclamações feitas pelos colaboradores, em geral, estão associadas a remunerações consideradas inadequadas, descontentamento com a gestão da empresa e até mesmo com outros elementos, como o ambiente de trabalho e a cultura organizacional.
O que está por trás da decisão de ficar na empresa, mesmo com tantos desagrados, são as dificuldades do mercado de trabalho atual.
Mesmo para quem já identificou que deseja realizar uma transição de carreira ou simplesmente procurar outras oportunidades de trabalho sabe o quão difícil tem sido concretizar esses planos atualmente.
Assim, mesmo não estando contentes com suas condições de trabalho, os profissionais acabam ficando na empresa, com um crescente mau humor.
Para lidar com esse tipo de situação, é preciso que tanto o setor de RH quanto as lideranças da empresa estejam dispostas a realizar algumas mudanças simples, mas que são bastante efetivas.
A comunicação é um elemento central nesse cenário. Assim, abrir o diálogo com os colaboradores e ouvir o que eles têm a dizer, por exemplo, é uma atitude simples que pode trazer bons resultados.
Dar feedbacks com mais recorrência, reconhecer as conquistas do colaborador e promover oportunidades de desenvolvimento também são ações que promovem a valorização dos profissionais e ajudam a evitar o grumpy staying.
É claro que, em qualquer cenário, é perfeitamente possível que as pessoas tenham reclamações sobre seus empregos.
A diferença gerada a partir dessas iniciativas é que, em vez de adotarem uma postura descontente e pouco produtiva, os colaboradores terão a possibilidade de dialogar com a gestão e o setor de RH, além de reconhecerem seus esforços.
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Alfredo Bottone é Matemático, Advogado, Professor em MBA de Governança Corporativa, Consultor de RH Estratégico, Ética Empresarial, Relações Trabalhistas e em Desenvolvimento de Lideranças e de Profissionais de RH. É Ph.D., Philosophy in Business Administration (USA). É autor do livro “Insights de um RH Estratégico”, “Os desafios legais e de gestão do teletrabalho, home office e regime híbrido”, além de e-books e artigos na área trabalhista, gestão de pessoas e governança corporativa. É membro da Board Academy no Brasil e associado do SHRM (Society for Human Resources Management) nos Estados Unidos.