O outplacement, que em português significa recolocação, é uma ação que visa dar condições para que os desligamentos de funcionários ocorram da melhor forma possível, colaborando efetivamente para que os ex-empregados consigam rapidamente se reposicionar no mercado de trabalho.

Essa ação surgiu na década de 1960 nos Estados Unidos, quando uma grave crise econômica levou à demissão de muitos trabalhadores que foram ajudados por seus antigos empregadores a buscar uma recolocação no mercado.

No Brasil, essa prática surgiu vinte anos mais tarde, ou seja, na década de 1980, quando algumas empresas passaram a adotar essa ação como uma forma de diminuir os efeitos negativos nos desligamentos profissionais.

Na maioria das vezes, o processo de demissão causa grandes impactos na vida do ex-colaborador, causando sérios problemas de ordem psíquica que acabam se refletindo na saúde física.

Neste post, apresentaremos o que é o outplacement, o seu funcionamento e os benefícios que traz para todos os envolvidos. Continue lendo e saiba mais sobre o assunto!

O que é outplacement?

Antes de entrarmos na definição de outplacement, é importante conhecermos alguns números que demonstram a situação em que estamos vivenciando nestes dois últimos anos.

Segundo dados do Indeed Pesquisas de Emprego, quase metade dos empresários brasileiros de pequenas e médias empresas demitiram funcionários durante o período da pandemia, principalmente em função de problemas econômicos e pela falta de recursos para mantê-los na operação.

A aplicação do outplacement (recolocação) consiste em apoiar essas pessoas na busca por novas oportunidades, auxiliando-as através de apoio emocional e psicológico, para buscar uma nova oportunidade no mercado de trabalho, além de outras ações que apresentaremos na sequência.

Como funciona?

Além do apoio psicológico, o outplacement possui práticas, como, por exemplo:

• Análise e reformulação do currículo,
• Treinamentos,
• Dicas para melhora de desempenho,
• Desenvolvimento de palestras para capacitação,
• Guia de carreira,
• Serviços de consultoria com profissionais de RH,
• Acionamento da rede de contatos da empresa.

Como se observa, essa ação vai muito além da recolocação, pois é voltada ao bem-estar do profissional desligado. Apenas prestar serviços de recolocação para facilitar a transição não é suficiente. É preciso entender que há desafios financeiros, profissionais e emocionais que acompanharam a perda do emprego e que essas questões também precisam ser abordadas num bom processo de outplacement. 

 “As pessoas que perderam o emprego estão mais preocupadas em como vão sobreviver”, diz Birkel, agora conselheiro de carreira e fundador do Professionals in Transition, um grupo de apoio para trabalhadores deslocados da Carolina do Norte. “Depois do trauma, eles precisam sentir que alguém se importa.”

Atualmente, muitas empresas de recolocação têm dado maior ênfase na orientação profissional individualizada, acesso a ferramentas para desenvolver habilidades críticas dos funcionários e conteúdo especial adequado às carreiras. Até mesmo desempregados que não têm apoio desse serviço por parte da ex-empresas têm procurado esse serviço de recolocação para atingir seus objetivos. 

A iniciativa da empresa em oferecer esse serviço simboliza o reconhecimento por aquele que sai da empresa. É também uma maneira de agradecimento pelo tempo em que o profissional esteve desenvolvendo suas tarefas no empreendimento em que prestava os seus serviços.

Quais seus benefícios?

Além de manter o bom relacionamento entre empresa e ex-colaborador, o outplacement apresenta outros benefícios interessantes para o empreendimento.

As demissões passam a ser mais tranquilas, reduzindo os impactos negativos e demonstrando que existe o apoio para aqueles que estão sendo dispensados da empresa.

Como consequência ocorre a manutenção do nível de produtividade e a satisfação de quem sai e de quem fica.

Também são perceptíveis, a partir dessas ações:

• A humanização no processo de desligamento,
• A continuidade do bom relacionamento,
• O fortalecimento da marca.

Além do ex-funcionário continuar apoiando e defendendo a empresa onde trabalhou, a imagem da organização mantém-se positiva, recebendo a aprovação dos envolvidos e da sociedade de uma maneira geral.

Como se observa, praticar o outplacement é uma forma inteligente de desenvolver a área de Recursos Humanos de sua empresa e fortalecer a imagem da sua marca.

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Alfredo Bottone é Advogado, Professor em MBA de Governança Corporativa, Consultor de RH Estratégico, Ph.D., Philosophy in Business Administration (USA). É autor do livro “Insights de um RH Estratégico” e “Os desafios legais e de gestão do teletrabalho, home office e regime híbrido”, além de e-books e artigos na área trabalhista,  gestão de pessoas e governança corporativa.