O quiet quitting vem ganhando destaque na mídia e, claro, dentro das empresas, pelo seu alto impacto no mercado de trabalho.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Society for Human Resource Management, associação de recursos humanos, 51% dos profissionais dessa área e 33% dos líderes estão preocupados com o impacto desse movimento.
Além disso, segundo a Gallup, empresa de pesquisa de opinião, 50% dos trabalhadores americanos podem ser considerados profissionais que aderem à demissão silenciosa.
O novo fenômeno contesta a exaustão no trabalho e exige transformações por parte das lideranças em relação à performance e resultados.
Se você ainda não entendeu esse conceito e quer saber mais sobre ele, continue lendo e tire suas dúvidas.
A tradução mais usada para quiet quitting é desistência silenciosa e também pode significar demissão silenciosa.
O que significa a desistência ou demissão silenciosa? Trata-se de uma busca por parte do profissional por uma vida laborativa mais equilibrada com os objetivos e vontades da vida pessoal de cada um.
Muito mais que um desejo de pedir demissão, o quiet quitting é uma forma de dizer não:
Ou seja, o quiet quitting trata-se de uma mudança comportamental do profissional, que passou a estabelecer limites para equilibrar a vida com os seus propósitos de viver bem, exigindo por parte da liderança uma gestão humanizada.
Ao contrário do que se possa pensar, quiet quitting não significa que o profissional tem a intenção de se demitir do seu emprego.
O movimento surgiu para quebrar um velho legado deixado por gerações antigas de profissionais que tinham como meta o slogan “viver para trabalhar”.
Esse novo conceito de trabalho visa estabelecer limites para que a vida profissional não interfira no pessoal.
Quer dizer que os profissionais se esforçam para produzir o máximo e entregar o seu melhor “apenas” durante a sua jornada de trabalho.
O que isso significa? Os profissionais aprenderam a reservar o tempo de folga à vida pessoal, dedicando suas horas vagas e fins de semana ao lazer e à família, ao descanso e diversão, como forma de proteger e manter a saúde mental.
Ou seja, após cumprirem seus horários de expediente, os profissionais não se engajam para oferecer algo a mais que o combinado, que vá além da sua jornada de trabalho.
Como o gestor pode engajar e motivar a sua equipe para poder contar com eles sempre que houver necessidade?
O primeiro passo é partir para uma abertura dentro da empresa, que possibilite que o colaborador exponha seus desejos e necessidades.
Da mesma forma que é importante compreender o que o profissional deseja da empresa e como ele compreende a instituição no seu dia a dia.
Para isso, o gestor precisa:
Como ajudar o seu colaborador a caminhar de mãos dadas com a sua empresa e saber o que de fato pode esperar dele?
Após conectar-se com o seu funcionário, elabore um planejamento das responsabilidades de cada um dos membros da sua equipe, trace objetivos, alinhe cargos e tarefas.
Assim, você fica mais ciente sobre o que esperar de cada um de seus colaboradores, sem exigências descabidas nas entregas de cada um.
Construa uma relação baseada no respeito aos limites e mantenha sua equipe motivada.
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Alfredo Bottone é Matemático, Advogado, Professor em MBA de Governança Corporativa, Consultor de RH Estratégico, Ética Empresarial, Relações Trabalhistas e em Desenvolvimento de Lideranças e de Profissionais de RH. É Ph.D., Philosophy in Business Administration (USA). É autor do livro “Insights de um RH Estratégico”, “Os desafios legais e de gestão do teletrabalho, home office e regime híbrido”, além de e-books e artigos na área trabalhista, gestão de pessoas e governança corporativa. É membro da Board Academy no Brasil e associado do SHRM (Society for Human Resources Management) nos Estados Unidos.