Vamos conversar sobre inteligência emocional no trabalho? Você já deve ter escutado falar sobre ambientes de trabalho tóxicos, não é mesmo?
Nesses casos, o gestor chamado “pavio curto”, “impaciente” ou “intolerante”, claramente, é desprovido de uma boa dose de inteligência emocional, agindo na maioria das vezes por impulso. Contudo, poucas vezes ele tem consciência sobre o impacto que suas atitudes causam ao clima organizacional da empresa.
Essa postura inadequada do gestor provoca várias consequências indesejáveis para a boa performance da empresa, entre elas: absenteísmo físico e psicológico, depressão no ambiente de trabalho, perda de bons profissionais, falta de engajamento dos colaboradores, estresse em cadeia, desmotivação, falta de colaboração entre membros de uma mesma equipe e entre áreas, maior exposição a acidentes do trabalho, perda do respeito e etc. O ambiente fica “minado” e susceptível de várias desavenças.
Um boletim publicado nesta semana pelo SHRM (Society Human Resouces Managment) afirma que “o nível de toxicidade no local de trabalho é o mais alto de todos os tempos”, apontando que isso tem custado bilhões de dólares aos empregadores.
Pesquisas atuais mostram que os maiores repressores da produtividade no ambiente de trabalho são o estresse e o desafio do equilíbrio emocional. Portanto, concluiu-se que essas questões devem ser tratadas com atenção.
A falta de domínio sobre as emoções captura, negativamente, o tempo e a energia do empregado, gerando estresse e, consequentemente, o absenteísmo físico e psicológico, podendo afetar diretamente o fluxo dos processos de trabalho.
Assim, as empresas que já vêm percebendo que isso requer medidas urgentes para reversão desse quadro negativo, têm implementado o culto ao uso da meditação, de forma disciplinada, por executivos. Tanto nos Estados Unidos como na Europa e nos países Asiáticos (onde inclusive atribui-se um grande peso aos seus benefícios e influências durante o período de ascensão dos famosos tigres asiáticos) esse método vem gerando benefícios como o aumento de produtividade e efetividade dos colaboradores.
Esse tem sido, definitivamente, um tema muito forte no desenvolvimento das lideranças dos países desenvolvidos.
Sobre a meditação não é difícil desenvolver essa prática, mas e sobre a inteligência emocional no trabalho? Afinal, o que é e como desenvolver essa habilidade?
Segundo Daniel Goleman, trata-se da capacidade de compreender e gerenciar os próprios sentimentos, assim como o sentimento dos outros.
Ele esclarece que não se deve confundi-la com o Coeficiente de Inteligência (QI), o qual, segundo Goleman, não é possível aumentar significativamente durante toda a vida da pessoa, enquanto que a Inteligência Emocional pode evoluir e aumentar constantemente.
Por fim, é muito importante destacar e reconhecer que a inteligência emocional, notadamente para os líderes, é essencial. Se por um lado há grandes “gaps” nesse quesitos dos gestores na atualidade, por outro lado, deve-se ressaltar que essa capacidade é treinável e as empresas devem ter muita agilidade em suprir essa deficiência no seu quadro de gestores.
Alfredo Bottone é consultor de RH Estratégico, Direito do Trabalho e Ética Empresarial. Formado em Matemática, Direito e Phd em Business, pela Flórida Christian University (Estados Unidos). Leia mais artigos sobre Consultoria de Recursos Humanos no blog e fique por dentro das novidades da área!