Como ser feliz no trabalho num ambiente cada vez mais estressante, com metas ousadas, restrições orçamentárias, e exigência de alta performance? A resposta é prosaica, em que pese à complexidade da temática: é totalmente compatível produtividade com felicidade. Digo mais, que são diretamente proporcionais e interdependentes entre si. Se o ambiente tem fatores que cativam o colaborador, a motivação para o trabalho e no trabalho estará presente e a energia canalizada para se produzir mais e melhor. Melhorar a remuneração para que ele produza mais e mais, exigindo-se dele um sacrifício pessoal cada vez maior, comprometendo a qualidade de vida do mesmo, por certo não é mais uma fórmula de sucesso.
Metas ousadas devem significar “desafios” que sejam provocativos e positivos e através dos quais o empregado,ao mesmo tempo em que produz riquezapara a corporação, tenha a percepção clara que no fim do processo obteve ganhos tangíveis (carreira, novos desafios, remuneração variável), etc., como intangíveis (reconhecimento não material, auto realização, etc.).
O gestor de pessoas deve ter sempre em mente que passamos a grande parte do tempo de nossas vidas no trabalho, e queremos que esse seja um lugar agradável, prazeroso, onde possamos nos realizar pessoal e profissionalmente. O nosso resultado, enquanto “pessoa”, depende diretamente dessa experiência diária da rotina corporativa.
Produzir o máximo possível é desejável, mas perder a saúde e a qualidade de vida – perdas estas muitas vezes impostas na busca desmedida de lucro, é algo que pode sacrificar o equilíbrio imprescindível para que os objetivos sejam alcançados em harmonia com a felicidade do profissional, que é um combustível imperioso para o sucesso de todos. Buscar resultados sem levar isto em conta é um caminho de alto risco. O elevado nível de competição não concederá trégua para essa busca incessante de se produzir mais com menos. Mas essa trilha deve levar-se em conta a colaboração e alinhamento das expectativas de todos os agentes: acionistas, dirigentes, gestores e colaboradores.
O RH, com um posicionamento estratégico, deve ser o protagonista no alinhamento dessas diferentes expectativas de todos os envolvidos, visando equilibrá-las e convergi-las em uma só direção. Para isso, as políticas elaboradas e praticadas devem criar um ambiente de forte estímulo à cooperação, à respeitabilidade, ao desenvolvimento e,enfim, à produtividade com ética. Nesse contexto movediço, a busca de lideranças bem preparadas para gerir pessoas é fator crítico de sucesso para o desafio de se obter alta performance, do forma consistente e sustentável, num cenário de cobrança cada vez maior.
A pressão por produção não significa necessariamente estresse. Porém, num ambiente altamente positivo, o estresse é substituído por alta adrenalina, gerando sentimento de prazer e felicidade quando os resultados são alcançados ou superados.Nesse ambiente, mais do que nunca, deve-se privilegiar a aprendizagem contínua e com qualidade.
Com tudo isso, o ambiente de trabalho será bem mais propício para que o potencial de produtividade e felicidade do colaboradorprospere estimulando-o ao dar sempre o melhor de si. A felicidade não é um objetivo em si mesmo: ela é consequência de uma conjuntação dos vários fatores acima descritos, e é funçao precípua do RH elaborar e coordenar estes fatore.Sem desconsiderar que fatores externos podem influenciar negativa ou positivamente na atuação do profissional, vale lembrar que os profissionais estarao mais preparados paralidar com esses fatores encontrando no ambiente de trabalho um ambiente de colaboraçao, aprendizado, respeito, enfim, um ambiente feliz.
Por fim, ambiente feliz não significa que o orçamento não seja apertado, que custos não sejam controlados, que profissionais que perturbam o ambiente não devam ser desligados. A felicidade não é compatível com a permissividade, ausênciade disciplina, ao contrário, ela é aderente ao equilíbrio e desenvolvimento pleno das potencialidades do ser.